Biografia não-autorizada de Alex Luna

Quando a gente tenta de toda maneira dele se guardar,
Sentimento ilhado, morto, amordaçado,
Volta a incomodar.
Fagner, Revelação

Hoje eu atendi a pedidos e abri uma conta no Goodreads. Mais uma rede social pra criar, cuidar, dar carinho, ironia e trolladas básicas.

Só que, ao invés de fazer um perfil normal, eu aproveitei uma mania velha. Tenho guardados, sem nenhum objetivo nenhum, uma pasta com o nome de todos os livros que eu li de 2003 pra cá. Vários, logicamente, estão repetidos, porque eu tenho mesmo mania de reler as coisas. Outros livros marcantes não estão na lista, sinal que eu li há bastante tempo e já é hora de voltarem à imensa fila de leitura.

Mas o que realmente foi interessante (marcante?, chocante?, tragicômico?) foi ver o que eu estava lendo em quê épocas da última década. Foi fácil relembrar do sexto período da universidade através das páginas que eu estava folheando na época. Lembro que teve livros que eu até hoje não terminei porque estava lendo em fases difíceis, mudanças de cidade (foram 4), uma citação obrigatória ao livro mágico do Neil Gaiman que sobreviveu ao verão maluco de 2007, até a data que eu li, pela primeira vez, completo e impresso, o meu primeiro livro tava anotada nesse arquivozinho de Word.

Junto com as músicas, talvez os livros sejam a companhia mais frequente que eu tenho na vida em um momento específico. É impossível dissociar o calor do verão no metrô de Madri da Vida Como Ela É, do Nelson Rodrigues, ou da Pedra do Reino, que eu lia enquanto ia e voltava pro trabalho. Ou duas semanas que eu passei de férias em Recife, acho que em 2009, num calor insuportável, lendo como um condenado coisas esquisitas como a biografia do Paulo Coelho e histórias em quadrinhos.

Foi uma viagem sentimental ao meu passado, com força, através de uma estante que nem existe mais, com livros espalhados pelo mundo inteiro.

Moral da história
Anote as coisas, jovens. Você não vai lembrar de nada daqui a dez anos, quem dirá quando tiver netos. Ler essa lista foi quase reler uns 300 livros de uma vez.

Segunda moral da história
Se eu mantiver a média de 40 livros por ano (80 no máximo, 20 no mínimo), e viver até os 80, eu só vou ler 1800 livros. Aqui em casa, devo ter uns 100 esperando a vez, fora os repetidos.

Quer dizer que ainda tem espaço pra coisa boa, mas é preciso ser criterioso e ler menos livros que não valeram a pena. E sim, tem muito livro que eu não precisava mesmo ter lido.

Vou ler mais resumos, doravante.

 

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PS> Lora, devolva meu Alice no País das Maravilhas.

PS2> Post dedicado ao #menos1naestante da Marcialírica.

PS3> A música da epígrafe é por causa dos passados que nunca passam.

PS4> 4 mil reais, ou mande uma mensagem pra mim. Já sabem, tô indo praí em breve.

2 Comments on “Biografia não-autorizada de Alex Luna”

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