Se eu pudesse escrever como qualquer pessoa, seria ele

Tava discutindo literatura com uma amiga. Ela falava que detestou um livro que um monte de gente gostou, por isso, nada de revelar nomes por aqui.

Político como sou, resolvo indicar outro autor, afinal, a literatura é longa e a vida é curta. Há autores demais por aí, pra escolher. Como era parte do plano às quintas-feiras dar algo interessante pra vocês lerem, a indicação fica pra todo mundo.

Postei em outro blog há uns tempos uma versão ilustrada de um conto de Neil Gaiman que é a coisa mais maravilhosa do mundo. Sério, não dá pra ser feliz sem ler aquilo. E é também a definição perfeita do apocalipse.

Neil Gaiman, escritor que se veste como Sandman, o personagem

Ele é inglês, vive nos EUA, e ficou famoso por escrever quadrinhos. Mas não quaisquer quadrinhos. Ele escreveu Sandman, que ganhou o World Fantasy Award, um prêmio que era, até então, só pra livros e contos, nada de quadrinhos. Depois, a carreira dele é mais premiada que a de Michael Phelps, tanto os quadrinhos como os romances.

Mitologia, referências históricas e pop

Tenho em casa no Brasil uma série chamada, 1602, na qual ele transporta os X-Men para a Inglaterra elizabetana, que é completamente flipante. É incrível como, em várias narrativas diferentes, ele consegue conectar elementos banais com mitologias, fatos históricos aparentemente desconexos, fazendo giros narrativos impressionantes.

Morrendo de rir no metrô

O segundo romance dele que li, e o primeiro em inglês (se você sabe, recomendo ler no original. É muito foda o domínio dele sobre o idioma.), foi Anansi Boys. É a história impressionante de um cara inglês, normal e azarado, que descobre que o filho de um deus morto. Juro a vocês, comecei a ler o livro no metrô, indo trabalhar pela manhã. Nas primeiras páginas, tive um acesso de riso tão forte que o vagão inteiro começou a olhar pra mim. Contei pra uma amiga. Um ano depois, ela me contou que comprou o livro e começou a ler. Aconteceu a mesma coisa. É impossível não quase infartar de rir com o início hilariante do livro. E ei, era uma história séria, dramática, gente morrendo, gente sofrendo, o destino do mundo nas mãos do protagonista.

Histórias infantis e romantiquinhas

Coraline? Não viu o filme? Veja. Não leu o livro? Leia. É tétricamente lindo. Dá vontade de ter filhos de oito anos pra ler enquanto eles adormecem. De preferência numa sexta-feira, porque eles não irão dormir e ficarão aterrorizados a noite toda.

Ou então uma personal favorite, Stardust. Minha cópia está com María, e eu não esqueço nunca, porque o livro é, realmente, maravilhoso. Há uma versão com Claire Danes como a estrela, no cinema, que é bonitíssima. Mas isso, porque eu sou um romântico.

Fragile things

A melhor coletânea de contos ever. Coisas frágeis é a melhor maneira de descrever um conto. Um pequeno pedaço de história que, mal contado ou mal editado, pode cair aos pedaços. E este livro, que me acompanhou numa tresloucada viagem no verão de 2007, contém várias, muitíssimas delas, maravilhosas. Recomendo até a morte.

Mais que talento

Neil Gaiman é um autor que twitta, dá conferências, entrevistas e até conselhos de como ler. Aprendam. Já vi em vídeo, mas adoraria vê-lo lendo uma de suas obras em voz alta (creia, eu pessoalmente acho isso MEGA difícil). E pô, ler com sotaque inglês é muito mais foda. Enfim, apesar de ter escrito The Graveyard Book (no qual mega-fodamente ele transpõe a história de Mowgli para um cemitério), Neil Gaiman está vivo e escrevendo. E eu vou comprando tudo o que aparecer.

Fiquem com ele dando instruções para ler.

* Noteeenha: todos os links de livros do Neil Gaiman vão para seus livros em inglês na Amazon. Porque em inglês fica mais foda. E sim, eu posso ganhar alguns dinheiros se vocês clicarem lá. Como também empresto os livros do cara. Este asterisco é só pra nenhum chato vir #mimimizar.

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