TED Talk da segunda-feira (1): Wade Davis falando sobre crenças e rituais

Wade Davis[bb] é um antropólogo, botânico, explorador e escritor. Nota mental: ele andou pelo Haiti estudando zumbis, e isso já merece o meu respeito total. Nesta palestra, ele fala sobre a imaginação, sobre conhecimento de povos humanos diferentes, e a maneira como cada um deles tem de se expressar. Interessante quando ele diz que não há um ápice da civilização, um conceito que meio que surgiu na Inglaterra Vitoriana, e que é completamente falso. Hoje, a humanidade não está mais ou menos civilizada, como muita gente pensa, mas sim há muito conhecimento disperso por aí.

Ele defende que, na nossa era, enquanto vivemos, mais da metade das línguas faladas estão morrendo, grande parte das culturas humanas está sendo destruída porque as crianças destes povos não estão aprendendo os idiomas dos seus ancestrais. E os humanos, agentes da destruição, podem tentar evitar. Afinal, são conhecimentos importantes, no mundo inteiro, que estão sendo perdidos.

Um exemplo é o conhecimento que os polinésios têm do oceano. São capazes de informações, possuem dados, uma quantidade de neurônios gasta para aprender aquilo comparável à internet ou a chegada na Lua. E acabarão, se não tomarmos conta. Um capitão de navio moderno não sabe sobre o mar o que um pescador polinésio qualquer sabe. Lembram do Titanic?

Citando um Lama budista, a ciência ocidental passa o tempo inteiro tentando viver 120 anos com os dentes ainda na boca, enquanto que o cientista budista passa o tempo todo tentando entender o cérebro e a felicidade.

Ele conta que participou em um ritual no Peru, no qual só pode sobreviver porque mastigou mais folhas de coca que qualquer outra pessoa na história da planta. O sentido do ritual é o de criar uma comunidade, um grupo de seres humanos com um objetivo único e que vivem em um planeta que está vivo e responde às suas necessidades e ações. *Será que eles são tão primitivos assim?*

“The measure of a society is not what it has done, but the quality of its aspirations.” – a frase mais linda da palestra.

Enfim, vejam. É bonito pra caramba.

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