Can you please crawl out your window?

Posted by tarrask on December 03, 2009 · 5 mins read

Can you please crawl out your window?
Bob Dylan
He sits in your room, his tomb, with a fist full of tacks
Preoccupied with his vengeance
Cursing the dead that can’t answer him back
I’m sure that he has no intentions
Of looking your way, unless it’s to say
That he needs you to test his inventions.

Can you please crawl out your window?
Use your arms and legs it won’t ruin you
How can you say he will haunt you?
You can go back to him any time you want to.

He looks so truthful, is this how he feels
Trying to peel the moon and expose it
With his businesslike anger and his bloodhounds that kneel
If he needs a third eye he just grows it
He just needs you to talk or to hand him his chalk
Or pick it up after he throws it.

Can you please crawl out your window?
Use your arms and legs it won’t ruin you
How can you say he will haunt you?
You can go back to him any time you want to.

Why does he look so righteous while your face is so changed
Are you frightened of the box you keep him in
While his genocide fools and his friends rearrange
Their religion of the little ten women
That backs up their views but your face is so bruised
Come on out the dark is beginning.

Can you please crawl out your window?
Use your arms and legs it won’t ruin you
How can you say he will haunt you?
You can go back to him any time you want to

de repente, começo a escrever um texto forte, como se as palavras fossem capazes de machucar. aleatório, rápido, cuspido, gritado, como uma máquina criadora de significado, como um animal passeando pelo teclado, pisando com raiva nas teclas, sem preocupação de normas, ritmos ou balanço. um texto para ser lido dentro de uma tumba, de uma caverna escura e cheia de eco. sabe que Eco está enterrada nas pedras, presa, e condenada a repetir o que os outros dizem? pobre, nunca dirá o que pensa, apenas restos do que os outros pensaram. mas as palavras não servem para bater, servem apenas para começar guerras ou aplacar a solidão interna. para que esquizofrênicos como eu possam passar o dia inteiro conversando. lado direito e lado esquerdo do cérebro, numa janela, olhando o mundo e falando olha comadre, aquele ridículo passando lá, com pressa, sem vida, sem objetivos, cheio de sonhos despedaçados, e eu guardo essas palavras num caderno cheio de ideias que queria te mostrar, porque queria que você fosse o lado direito do meu cérebro, e que um dia vou escrever, ah, vou escrever, para que você veja, mesmo que não leia, mas saberá que eu escrevi, e que eu realmente quis dizer aquilo, e que fiquei com aquelas palavras penduradas no cérebro por muitas horas, discutindo comigo mesmo, o lado comadre faladora com o lado comadre escutadora e fofoqueira, pensando em qual seria a sua reação ao saber que eu estou gritando, pensando e querendo te dizer coisas que você nunca vai ler, não quer saber e ignora solenemente? não sei e nem posso adivinhar, tão imprevisível que você é e tão torta a minha linha de raciocínio, praticamente circular, elíptica e críptica, clichê e aleatoriedade, chuva e mormaço, vontade de sair daqui.

mas nunca é forte, não é forte e sim é passageiro e temporário. leva o meu sim para casa, guarda em algum lugar sem nunca usar, como um ticket para um concerto que você não vai, mas deixa ali, pensando, ah, um dia eu pude, se eu quisesse, mas não quis. guarda as possibilidades, que, dentro da imaginação são a mesma coisa que a realidade, e quem imagina muito é rico, forte e poderoso, praticamente um bêbado em tempo integral, que viaja, voa e derrota o dragão para salvar a princesa, você, de uma tarde de tédio no playground que é a nossa vida tradicional adulta modorrenta e conservadora e cheia de regras que não obedecemos porque estamos ocupados obedecendo outras regras ainda mais importantes.

não, eu não quis ser claro.