Pela primeira vez na vida, estou aprendendo a programar a sério. Sempre fui curioso, mexi e li, mas nunca terminei nenhum projeto de programação per se. Umas páginas, uns sites, uma newsletter feia que só a bexiga, pedaços de programas, mas nada pronto. Nada finalizado.
Vivi muito tempo ao redor de programadores. Escutei conversas de amigos, de colegas de trabalho, de gente que transformava em comandos para a máquina as coisas que eu inventava na propaganda. Estive sempre flutuando ao redor, sem nunca realmente meter a mão na massa.
Como o contador da sua agência de publicidade, ou o motorista da ambulância, o serviço de suporte informático de um escritório de advocacia, eu era o cara que estava perto, estava quase entendendo, talvez até fosse vital para que a coisa funcionasse, mas não entendia exatamente o quê estava acontecendo.
Em quê momento aqueles números e comandos viravam aquelas coisinhas que se mexem? E porque nada funciona se uma vírgula estiver fora do lugar?
Talvez seja a mesma coisa com as palavras, não?
Talvez nós sejamos capazes de passar a vida inteira ao redor de outras pessoas, sem nunca entender exatamente o quê está acontecendo com elas.
A linguagem, mais do que unir, separa.