A CPI que diz Ni

Posted by tarrask on September 26, 2008 · 11 mins read

Reunião da CPI que apurava o superfaturamento na compra de alpiste para os tucanos na Inglaterra do século VII ou VIII, quando o Rei Luís Arthur Pendragon da Silva governava e seu escudeiro José Galahad de Oliveira havia acabado de ser demitido sob suspeita de comandar a operação, graças a denúncias do Deputado Roberto Lancelot.

Presidente da CPI, deputado Arthur Pendragon da Silva: Agora, esta Comifão está a ponto de cruzar… a Rampa da Morte! O Relator irá perguntar a qualquer um que tentar cruzar cinco

Senador Bevedere Suplicy: Três, senhor presidente.

Presidente: (pausa) Ah, sim, três. Aquele que conseguir responder essas cinco perguntas—

Bevedere Suplicy: Três, senhor presidente. Questão de ordem!

Presidente: (pausa ligeiramente maior) Ah, três, então. Não será preso pela Polífia Federal por obstrufão dos trabalhos. Contudo, qualquer um que falte com a verdade em qualquer das cinco questões-

Bevedere: TRÊS, senhor Presidente! Isso é um absurdo, uma desgenerescência!

Presidente: EU FEI QUE FÃO MALDITAS TRÊS-arãm. Sim, claro, três. (olhar de ódio para Bevedere) ferá jogado no Abismo da Cassação Eterna!!!

(musica dramática)

Presidente: (continuando) Concedo a palavra ao iluftre deputado Robin Dilúvio.

Deputado Robin: Er… Sua excelência vai me perdoar, mas creio que quem deveria começar seria o deputado Lancelot… É o partido dele que fez força para começar a CPI, ele que acusou infundadamente, e eles deveriam responder primeiro.

Deputado Lancelot: Claro, eu irei. Não vou desonrar meus eleitores. (puxa um monte de papéis). Quem não deve, não teme, e a honra do meu partido não pode ser sujada pela execração pública desses malditos mentirosos da imprensa situacionista, que recebem mensalão por fora e querem sujar minha honra por três mil moedas de ouro…

Presidente: Não, apenas refponda as queftões, nobre deputado Lancelot.

Deputado Lancelot: Mas eu realmente gostaria de mostrar todo o meu dossiê, sua excelência…

Presidente: Não, iluftre deputado. Eftaremos aqui, regiftrando os fatof.

Lancelot: (guardando os papéis). Eu entendo, senhor presidente.

Presidente: Nofaf efperançaf na honeftidade de sua efelênfia serão confirmadas. A calúnia não prevalecerá.

(Lancelot se aproxima da tribuna cantando Lupicínio Rodrigues. Senta, e de repente, do nada, o RELATOR aparece.)

Bevedere Suplicy: (sussurrando) Não é aquele velho anão do Orçamento??

RELATOR: PARE!
Aquele que se aproxima
Da Rampa da Morte
Precisa responder a mim
Três questões
Antes de chegar ao outro lado

Lancelot: Sua excelência pode fazer suas perguntas. A honestidade sempre fez parte da minha carreira política.

Relator: Qual . . . é o partido de sua excelência?

Lancelot: Eu sou do PCM (Partido da Coluna do Meio). Antes eu fui do PCC (Primeiro Comando da Capital) e antes, da ARENA. Nunca traí meus ideais políticos, nem meus eleitores, nem muito menos a minha família, pátria e religião…

Relator: Qual é o objetivo na política de sua excelência?

Lancelot: Descobrir quem mais está enriquecendo ilicitamente e impedi-los, porque esse crime hediondo está condenando milhões de brasileiros à fome, à miséria e ao desemprego. Desmascarar esse governo corrupto que aí está…

Relator: Qual . . . a cor preferida de sua excelência?

Lancelot: Lilás.

Relator: Eu não tenho mais perguntas, senhor presidente.

Lancelot: (levemente surpreso) Oh, bem, obrigado, senhor relator. Muitíssimo obrigado.

(então ele sai de cena. Os deputados olham para si)

Deputado Robin: É FÁCIL! Deixa eu ir que eu conto umas coisinhas sobre caixa 2 e tiro o de todo mundo da reta!

(corre desesperadamente para depor, não sem antes contar para todos os veículos de comunicação o que já ia dizer. Que fez o que todo mundo fazia na política, mas que tinha um ideal, que era do partido dos Sindicatos Trabalhistas e que sua cor favorita, obviamente era o vermelho, cor da revolução!)

RELATOR: PARE!
Aquele que se aproxima
Da Rampa da Morte
Precisa responder a mim
Três questões
Antes de chegar ao outro lado

Deputado Robin Dilúvio: (empolgado) Deputado senhor relator, pode perguntar, eu sou honesto, trabalho há duzentos anos no PST, e não tenho medo.

Relator: Qual é o nome de sua excelência e sua afiliação política?

Robin: Robin Dilúvio, bancário, sindicalista, fundador do PST.

Relator: Qual é a sua missão política?

Robin: Igualdade social e uma revolução dos trabalhadores, para acabar com a luta de classes e a exploração do homem pelo homem.

Relator: Como é que o PST faz um empréstimo de 20 milhões, tendo como avalista um encantador careca chamado Tim, que ninguém conhecia antes da metade do filme, e que teve seu principal inimigo, o Coelho Branco Assassino, executado pelo partido de sua excelência?

Robin: (indignado) Eu não sei ISSO!! (a Polícia Federal entra e arremessa Robin no Abismo). AAAAAAAAAAAARRRGGGGGHHHH!!!!!!!

(Os deputados param e concluem que não é tão fácil assim atravessar a Rampa da Morte)

RELATOR: PARE!
Aquele que se aproxima
Da Rampa da Morte
Precisa responder a mim
Três questões
Antes de chegar ao outro lado

Deputado José Galahad: (tremendo) Sua excelência pode começar as questões, senhor relator… Eu já fui torturado e não tenho medo.

Deputado Cavaleiro Verde: Pela ordem, senhor presidente. Eu participei da batalha pelo resgate do nobre deputado no castelo de Anthrax, no qual ele estava sendo mantido preso por duas centenas de virgens vestais, mas ele não estava sendo torturado. Oxalá se toda tortura fosse assim…

Deputado José Galahad: (nervoso) err… eu… (fica em silêncio um segundo)

Presidente: Bem, isso não está na pauta desta CPI. Concedo a palavra ao senhor relator.

Relator: Qual . . . é o partido de sua excelência?

Lancelot: Eu sou fundador do PST.

Relator: Qual é o objetivo na política de sua excelência?

Lancelot: Trabalhar pelo bem desse país e liderar a alta revolução socialista.

Relator: Qual . . . a cor preferida de sua excelência?

Lancelot: (aliviado) Azul. (Se levanta para sair) Não, vermelho. (olha atónito para a plateia, bate a mão na testa ao ver a mancada que deu). Eu sou daltónico!

(Lancelot é arrastado pela Polícia Federal)

(O Presidente senta-se na cadeira para depor)

RELATOR: PARE!
Aquele que se aproxima
Da Rampa da Morte
Precisa responder a mim
Três questões
Antes de chegar ao outro lado

Presidente: Fafa fuas questões, fenhor relator. Eu não tenho medo. A esperança venfeu o medo.

Relator: Qual é o nome de sua excelência e sua origem política?

Presidente: Veja fó. Eu fou torneiro mecânico. Vim lá do interior da Efcófia, uma terra pobre, seca e sem futuro. Trabalhei por décadas nos findicatos, lutando por uma vida melhor para o meu povo. Tentei por quatro vezes tirar a espada da pedra para virar rei dos bretões, até que consegui. E agora recebo a minha primeira espada, jufto eu, um garoto pobre e fem fangue nobre nas veias. É ifo que o nofo povo quer ver, que tem chanfes de confeguir venfer na vida. Por ifo eu fundei o PFT, o partido de todos os findicatos de todos os trabalhadores, para que um dia, todo trabalhador como eu configa ser rei de algum lugar. (chora um pouco) Hoje, afo que a vida do povo está um pouco melhor, e espero que eu consiga trabal
har ainda mais e com mais garra, suor e motivafão, para que nunca mais, nessa minha Bretanha de Deus, uma crianfa pafe fome ou tenha que pedir para viver, que as mulheres não fejam mais acusadas de bruxaria nem que Coelhos Brancos Assassinos fafam a população ter medo. E por ifo eu compus a minha equipe como um time de futebol, para que…

Relator: Aham! Posso continuar?

Presidente: Confedo a palavra ao nobre deputado senhor relator.

Relator: Eu ia perguntar qual é o seu objetivo, mas já está nos autos. Então, eu pergunto de novo, porque deputado adora fazer pergunta repetida. Qual é o objetivo na política de sua excelência.

Presidente: Bem, companheiro, eu fundei o PFT, o partido de todos os findicatos de todos os trabalhadores, para que um dia, todo trabalhador como eu configa ser rei de algum lugar. Prefisamos trabalhar ainda mais e com mais garra, suor e motivafão, para que nunca mais, nessa minha Bretanha de Deus, uma crianfa pafe fome ou tenha que pedir para viver, que as mulheres não fejam mais acusadas de bruxaria nem que Coelhos Brancos Assassinos fafam a população ter medo. E justo agora que eu consegui reunir todos os meus cavaleiros do Ministério Redondo, aparecem covardes para tentar desestabilizar o governo e nos impedir de fazer bem ao povo…

Relator: Senhor presidente, pela ordem, nosso tempo é curto.

Presidente: Confedo a palavra, mais uma vez, ao senhor relator.

Relator: Senhor Presidente, qual é a velocidade de voo eleitoral de um tucano, disputando com sua excelência?

Presidente: (pausa ligeira) Sua excelência se refere a um tucano paulista ou mineiro?

Relator: (confuso) Eu… Bem… eu não sei… AAAAAAAAAAARRRRRRRRRGGGGGGGHHHH!!

(A Polícia Federal prende o relator)

Bevedere Suplicy: (cruzando a Rampa atrás de Arthur) Como o senhor sabe tanto sobre os tucanos, excelência?

Arthur: Bem, você tem que saber sobre esse tipo de coisas quando é rei, não?