Exercício de empatia do LLL

Posted by tarrask on December 07, 2009 · 3 mins read

O Alex Castro resolveu lançar outra maluqueira divertidíssima lá no LLL: um exercício de empatia. Consiste em fortalecer os músculos cerebrais responsáveis por perceber o mundo à nossa volta. Segundo ele, “Durante uma semana, você vai tentar se dar conta de todo mundo a sua volta. Todo mundo.” Eu, como bom sociopata, aproveito meu tempo livre e as horas de brainstorming pra fazer isso.

No primeiro dia, fui ao supermercado comprar areia pro gato, e quase sento na praça e fico lá feito besta. O frio não deixou, ainda bem. É muita gente no caminho dos 300 metros daqui pro super. De verdade, nunca tinha notado (ou prestado atenção, mas eu sou o distraído que vai com iPod ouvindo música e conversando no gtalk, ou vendo TEDs ou twittando ou tudo ao mesmo tempo). A grande constatação é que eu sou o único leitor do Alex em Barcelona. Ninguém mais presta atenção em nada, todas as outras pessoas também andam ensimesmadas (usei, usei!!!), ou pelo menos aparentam isso.

No segundo dia, fui às compras de Natal com a namorida, e twittei uma ameaça de morte, de tão empático que fiquei.

No sábado, como uma boa pessoa do contra, resolvi estragar a experiência e fazer o exercício ao contrário. Normalmente, para sobreviver, nós fechamos o botão da empatia, de perceber outras pessoas ao nosso redor, para poder viver. Não prestamos atenção nas pessoas para poder prestar atenção na faixa de pedestres, no telefone, na lista de coisa que temos que fazer, etc etc etc. Porém, há outras nas quais é necessário socializar, ser humano e encontrar outros humanos. Resolvi, então, “desligar” o botão de empatia num lugar onde todo mundo estava com o botão ligado, para ver o que acontecia. Em resumo, fui pra uma festa, onde conhecia pouquíssima gente, e tentei ser o mínimo perceptivo possível. Não no sentido de ser chato (pra isso não preciso exercício, continuo defendendo o título unificado de peso-pena), mas no de não prestar atenção em detalhes do que faziam as pessoas, onde estavam, o que diziam, nada. Fiquei na minha meeeeeeishmo, até uma hora que deu sono e eu praticamente dormi sentado numa cadeira. 😛

Enfim, estou gostando da ideia, dá vontade de sentar na rua e ficar anotando pensamentos enquanto vejo gente, e acho que é como sentar com a coluna ereta: só uma questão de ir praticando cada vez mais, não faz mal, não dói, mas pode ser bom pro seu futuro.